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Eu não vou dar uma de louca e desejar parabéns para uma pessoa que nem vai ler nada aqui, já tem um vídeo pra ela, enfim... Sabem quando várias coisas acontecem e só no final você percebe que é tudo fruto de um processo bem lento? Eu achava que as coisas aconteciam de repente comigo, mas percebi que não.

Tudo começou em 2004, quando eu tinha 10 anos, e via na TV mulheres sendo absolutamente tudo, de feiticeira à cozinheira à gênia. E eu pensava que podia ser tudo também. Depois eu vi mulheres comandando um hospital inteiro e outras dominando o mundo com música e dança, achava que não podia ficar melhor do que isso. Não preciso nem dizer o quanto me enganei.

Todos falam das loucuras de fãs e tendem a generalizar, mas a verdade é que existem os loucos, os contidos, os apaixonados, aqueles que mesmo sabendo ser impossível, ainda querem conhecer seu ídolo e os que se contentam em ver a pessoa pela TV ou ouví-la apenas na rádio (os conformados).

A questão é que esse sentimento não é algo explicável, não é algo que se pode marcar a data de início no calendário, é algo que simplesmente acontece.

Em 2008 assisti um filme que uma vez chamei de "gostosinho de assistir", nunca imaginei que as protagonistas desse filme se tornariam tão importantes para mim. Sabe quando uma amiga te da um conselho? Ou sua mãe? Pois é, eu nunca tive isso e de acordo com minha psicóloga, eu procurei por esse afeto em meios exteriores, não me arrependo de nada.

Amy Poehler me ensinou que eu posso fazer o que eu quiser se eu tiver determinação o bastante, me ensinou que eu posso ser boba e inteligente ao mesmo tempo e me ensinou a compartilhar meu coração mesmo quando estiver partido.

Hoje é seu aniversário, mas estou para escrever isso há algum tempo, graças à Amy eu conheci uma das melhores personagens da televisão: Leslie Knope.

Alguém uma vez me disse que assistia a série, mas a Leslie era burra demais, nunca senti tanta raiva. Ela é uma personagem e (graças à Amy, novamente) não uma caricatura. Ela tem sonhos, ambições e, sim, seu otimismo e ingenuidade podem fazer dela uma personagem bobinha, mas a verdade é que o mundo seria bem melhor se existissem mais Leslies.

Provavelmente
ela não chegará a presidencia, mas ela se sente feliz por ter a oportunidade de tentar. Essa gratidão às pequenas coisas da vida colocam um sorriso no meu rosto e eu me pego agradecendo por coisas que antes não agradecia.

Na minha cabeça a Amy tem muito da Leslie, ela não é ingênua e ela mesma disse ser mais cínica, mas são suas qualidades que me fazem feliz, sua ambição, inteligência e habilidade e tornar tudo um pouco mais colorido, mais brilhoso.

Pessoas podem discutir dizendo que eu não a conheço, mas não é verdade, eu a conheço do mesmo jeito que outros fãs também a conhecem, ela representa uma coisa diferente para cada um e essa é a beleza do fandom.

Não estou escrevendo à ninguém senão à mim mesma, quando estiver triste e achar que nada importa, passarei por aqui e voltarei a lembrar que algumas coisas são constantes em nossa vida, eu sei que tenho muitas constantes na minha e Amy Poehler é, com certeza, uma delas.